sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Mensagem da candidata a vogal tesoureira


Quando há três anos atrás me convidaram a integrar a lista que veio a ganhar as eleições da ASJP estava longe, muito longe, de me imaginar em actividades associativas e, muito menos, em órgãos directivos daquela que é, e que sinto, como sendo a nossa Associação.
Aceitei na altura o convite na convicção de que criticar de uma forma passiva e não aceitar a oportunidade de mostrar que se pode fazer melhor é pura cobardia.
Passados que foram quase três anos não me arrependo de ter aceite o convite e, se o tempo voltasse a trás, voltaria a aceitá-lo com o mesmo entusiasmo.
Foram três anos de um trabalho às vezes pouco visível e reconhecido, no qual duma pequena reivindicação se fazia uma batalha e de cada pequena vitória uma enorme conquista.
Mas, por incrível que possa parecer numa associação com cerca de 2000 associados, foi uma experiência de equipa bastante solitária, em que os sócios elegem os órgãos da sua associação, no entusiasmo de uma campanha sempre emotiva, e no dia seguinte desaparecem na bruma dos seus gabinetes, colocando esse entusiasmo na gaveta até às próxima eleições. Ajuda, colaboração e energia dos sócios é coisa que não se vê, nem se sente, salvo honrosas excepções.
Daí que a minha primeira intenção tivesse sido, nestas eleições que se avizinham, ficar de fora da lista candidata, dando a minha ajuda, colaboração e entusiasmo, tentando incentivar outras pessoas que, com o mesmo espírito, quisessem criar uma cultura de empenhamento e participação associativa porque, afinal de contas, uma Associação é aquilo que os seus sócios quiserem que ela seja, sendo tão mais rica quanto o empenho e incentivo que aqueles forem capazes de lhe dar.
Ainda assim, quando o colega António Martins me convidou a continuar integrando a lista candidata à Direcção Nacional, não tive como recusar: como se diz que não quando se acredita no projecto, nas pessoas e nos revemos nas provas dadas? Como se diz que não quando se acredita no rumo, na estratégia e na atitude traçadas e por traçar? Só por puro egoísmo. E integrar uma Direcção Nacional foi a maior lição de altruísmo que pude e que se pode ter.
Aos sócios da nossa Associação deixo aqui um repto e ao mesmo tempo um desafio: que terminadas estas eleições, quer num sentido quer noutro, mantenham o mesmo entusiasmo e participação que têm demonstrado ao longo desta campanha, dando um bocadinho de si à ASJP, independentemente da lista vencedora.
É que ajuda e colaboração dão-se quando é preciso, e não quando nos apetece e temos disponibilidade, pois se assim for tarde ou nunca virão.



Maria Teresa Figueiredo Mascarenhas Garcia
( juiz no Tribunal de Comércio de Lisboa )